Crônicas do Fim do Mundo XIII - O Homem que Alugou o Mundo

Eu devo ter morrido sozinho um longo, longo tempo atrás. O que com certeza soa agora um pouco irônico, mas eu não vejo uma maneira melhor de começar este texto. Eu tava ouvindo o bom e velho Bowie quando vi aquele maldito anúncio; além do mais, ser compositor sempre foi tipo um “plano B” imaginário na minha vida profissional.
O plano A, claro, foi a paleontologia. A fascinação das crianças com dinossauros deve ser a única coisa onipresente na humanidade; e, com todos os meus colegas dando preferência aos empregos da moda, o “por que não?” foi me atormentando cada vez mais conforme a faculdade se aproximava. A princípio tudo ia se desenrolando super bem, apesar de o trabalho envolver menos glamour e muito mais burocracia do que eu imaginava. O problema começou por causa de dinheiro, claro: as grandes universidades do mundo passaram a ter “dificuldades em lidar com os custos relacionados à neutralização da radiação” durante as nossas expedições, e os fundos geralmente escoavam pra pesquisas mais “significativas” (tipo as relacionadas à neutralização da radiação). Resumo da ópera: perdi meu emprego menos de cinco anos depois de começar.
Eu nunca quis ser “dono-de-casa”, mas era o que tinha sobrado pra mim. Na verdade, eu nunca quis casar; isso costumava ser o motivo mais frequente de briga com o meu parceiro, o Neil. Ele dizia que eu tinha vergonha de assumir o nosso relacionamento, mas eu acho que era mais preguiça, mesmo. Tava tudo tão bom do jeito que tava, porra; só mudou por total falta de opção. Por isso que eu me animei tanto com o tal anúncio.
“Procura-se paleontólogo com experiência em descrição de novas espécies. Paga-se bem.” Tipo, oi? Minha casa tá sendo monitorada? É a mão de Deus tocando a minha vida? Tá, na real eu não soube bem o que pensar no momento. “Experiência em descrição de novas espécies” não é exatamente o que se cobra do trabalho de um paleontólogo; não é como se a nossa habilidade profissional tivesse relação com os fósseis que a gente vai encontrar (se encontrar algum, né). Mas enfim, realmente parecia bom demais pra ser verdade; eu precisava pelo menos conferir do que se tratava. Não falei nada pro Neil, vesti meu melhor terno e fui pro tal lugar o mais rápido que pude.
Quando eu cheguei no escritório, tinha mais algumas pessoas na sala de espera; mas isso nem me preocupou. Eu tinha muita certeza que ninguém mais tava lá pelo emprego; parecia realmente que ele tinha sido feito pra mim. Enquanto eu aguardava e observava o meu futuro local de trabalho, uma coisa me chamou a atenção: bem à minha frente, acima do balcão da secretária, tava pintado na parede (pintado mesmo, com tinta) o que eu deduzi que fosse o lema da empresa. Dummodo Lucrari ab eo Possimus. Interessante.
- O que significa? - perguntei pra senhora, mais pra quebrar o silêncio, mesmo; eu falo latim desde o colégio.
- Hmm... - ela hesitou um pouco. - A frase? “Ao Poder através da Crença”.
- Ok. - eu sorri, meio envergonhado, e baixei a cabeça. Pela confiança da resposta, com certeza ela realmente acreditava; mas grande coisa, né?
Quando a minha vez chegou, um sujeito gordo, baixo e careca, o estereótipo encarnado do “homem de negócios” de uns duzentos anos atrás, me recebeu de pé na sala dele.
- Dr. Brown. - quase quebrou minha mão no aperto, e me olhou nos olhos por uns três segundos. Aquela atitude já me fez sentir como se ele estivesse me julgando; mas isso só me encorajou ainda mais.
- Sr. Maes. - respondi, sorrindo tão sinceramente quanto pude.
Ele apontou pra cadeira e se sentou à minha frente, cruzando os braços e ainda me encarando com um sorriso ambíguo. Eu esperei que ele dissesse alguma coisa, mas o silêncio só foi ficando mais constrangedor.
- Senhor…
- Sim, é verdade - ele me interrompeu, quase gargalhando, tipo… Não sei, como se a gente fosse grandes amigos. -, me desculpe. Diga, doutor Brown… O que lhe interessou no nosso anúncio?
- Bem, eu tenho toda a experiência necessária; toda a minha vida profissional foi dedicada às pesquisas de campo e à catalogação de espécies. - como a de todo paleontólogo da Terra, claro; mas não é como se ele fosse saber disso. - Mas - eu não ia admitir que tinha sido demitido, né? - os investimentos e as oportunidades têm sido muito limitados, e o que qualquer pesquisador quer é trabalhar, o senhor entende?
- Ah, sim… É realmente difícil vender qualquer coisa hoje em dia.
Tá, o que eu deveria responder? Eu já tava achando a entrevista era uma pegadinha; e de novo ele ficou me olhando sem dizer nada por vários segundos.
- Certo, direto ao ponto - aí ele pôs os cotovelos sobre a mesa, entrelaçou os dedos e finalmente passou a falar sério; não sei se ele me achou muito sem graça ou sei lá. -: nós vamos fazer um filme, um blockbuster, sobre dinossauros; essas coisas vendem, sabe? Mas nós precisamos de alguma coisa grande pra atrair a atenção do público; e tem que ser bom, você sabe, hoje em dia eles encontram qualquer merda que você pesquisar errado. - ele riu da própria piada; eu ri de confuso que tava, mesmo. - Aí que você entra, Dr. Brown: nós precisamos de uma tese profissional sobre algum novo bicho, pra elaborar uma descoberta falsa; falsa, mas verossímil. Os fãs vão ficar loucos.
- Uma “descoberta falsa”?
- Sim, exato, nós vamos divulgar o seu trabalho como se fosse uma descoberta legítima. Você não precisa se preocupar com essa parte, é a nossa especialidade.
- O meu trabalho - eu quis mostrar que tava prestando atenção; não sei lidar muito bem com situações inesperadas, e ele não tava ajudando muito. -, então, é “inventar” uma espécie?
Nesse ponto o cara deve ter pensado que eu tinha alguma dificuldade de raciocínio. Tipo, eu não cheguei a ler o anúncio todo, mas com certeza tava escrito nele que o contratante era uma agência de publicidade. Ou na porta do escritório? Não sei como não prestei atenção nisso. De uma forma ou de outra, agora eu via a impaciência escondida atrás daquele sorriso besta.
- É parte de um projeto de marketing, basicamente. Tem que parecer real; vai ser anunciado como real, mas claro que não vai ser real. Uma descrição fictícia de um dinossauro fictício qualquer, só pra promover o filme.
- Entendi.
- Em um primeiro momento - ele adicionou, quase sem parar pra respirar. -, tudo precisa ser realizado em segredo, você entende. Você vai precisar assinar um termo de sigilo e esse blábláblá burocrático todo. Mas, assim que o primeiro trailer oficial for lançado, não tem mais problema: você recebe o pagamento, seu nome aparece nos créditos e é isso. - no que concluiu a exposição desnecessária, antes de se reclinar na cadeira ele deu um soquinho na mesa; foi de leve, mas eu tava tão concentrado que me assustei um pouco. 
Eu parei pra pensar um segundo, tentando ainda parecer entusiasmado. Quer dizer, era uma ideia bem interessante, mas nem perto do que eu imaginava que seria; aliás, na pressa com que eu fui pra lá, nem sei se realmente imaginei alguma coisa. Fora que eu tinha milhões de dúvidas sobre como o meu “estudo” ia se relacionar com o filme, mas não sabia qual perguntar primeiro (e sem parecer um idiota).
- Não precisa se preocupar com os princípios envolvidos, doutor Brown. É um trabalho de ficção.
- A minha preocupação não é exatamente ética, senhor. Eu só não sei se… - nesse ponto eu já tava nervoso demais; ou surpreso, ou envergonhado, sei lá. - Se até faz sentido imaginar uma espécie nova… Quer dizer, mesmo que fosse plausível em teoria, nada garante que ela poderia realmente ter existido.
- Você quer ser filosófico, filho? Então veja, o plausível é a transcendência do tangível - ele disse isso gesticulando bem devagar, de um lado pro outro, como se eu fosse um idiota; eu detesto quando fazem isso comigo. -; na realidade, um é mais real do que outro. Se o sentido do universo não é viver todas as suas possibilidades, então qual é?
Eu sei que eu deveria ter pensado em Hegel, ou pelo menos Fort; em vez disso, me lembrei instantaneamente de Chrono Trigger, o videogame antediluviano. Sim, eu sou esse tipo de cara.
- Senhor Maes… - comecei a tentar articular uma réplica praquela lógica bizarra; mas ele mal me deu tempo pra um meio-sorriso sarcástico.
- Você já ouvir falar do Ludodactylus?
- Senhor Maes - eu tava tão animado e tão confuso que não conseguia acompanhar a linha de raciocínio dele direito; essa coisa de ficar pulando de uma ideia à outra, meu deus. -, com todo o respeito, nós não somos obrigados a memorizar todos os gêneros de…
- Sim, eu sei, rapaz; não seja bobo. O Ludodactylus, veja que eu fiz minha pesquisa, foi um pterossauro que parecia impossível quando ele foi encontrado. As empresas de brinquedos sempre representavam os pterossauros com um bico cheio de dentes e com uma crista tipo a de um Pteranodon, correto? E essa combinação nunca tinha sido encontrada na natureza, até a descoberta do Ludodactylus. Por isso Ludodactylus; “ludus”, “brincadeira” em latim. Entende onde eu quero chegar?
- Entendo. - pra ser sincero, eu disse isso antes de terminar de computar tudo.
- Só porque uma espécie nunca existiu, não quer dizer que não pudesse ter existido, doutor Brown.
Tudo bem, então. Ele tinha razão, na verdade; não é porque a ideia era forçada e absurda que ela tava obrigatoriamente errada. Eu tinha a capacidade necessária, precisava do dinheiro, e era bem provável que o trabalho (do jeito que ele me propôs) me ajudasse a recuperar minha carreira. O que eu tinha a perder, né?
Eu devo ter chegado em casa com um sorriso maior que a minha cara, porque na hora o Neil me perguntou se eu tinha arrumado um emprego; e, depois que eu expliquei tudo (várias vezes, e ignorando a cara irônica dele), ele veio com o conselho óbvio: era bom demais pra ser verdade. E eu, sendo eu, evidentemente achei que ele tava só querendo acabar com a minha animação; peguei meu laptop, deitei na cama e escrevi a porra toda numa madrugada só.

*

(...) um estegossaurídeo relativamente pequeno, de aproximadamente 3m de comprimento; consideravelmente semelhante ao seu provável predecessor, o Paranthodon, mas ainda menor. Um exame microscópico de seus ossos, entretanto, revelou uma densidade típica de indivíduos adultos. (...) O esqueleto praticamente completo, encontrado na formação Maevarano no noroeste da ilha de Madagascar, é notável por demonstrar a presença do grupo Stegosauria muito adiante no período Cretáceo do que se supunha que houvesse sobrevivido.

Os dois trechos principais, eu acredito, do abstract de On the stegosaurian remains from the Late Cretaceous of Madagascar. O título, eu sei, é um pouco “discreto” demais, vamos dizer; mas eu não tinha a mínima intenção de causar polêmica. Eventualmente eu precisei mencionar um nome, e esse talvez tenha sido o momento mais difícil. Fahagaganasaurus Bowiei. “Fahagagana” é uma palavra malgaxe que significa “milagre” ou, mais especificamente, “fascínio” ou “assombro” (tradutor google ftw); Bowie, é claro, é o grande camaleão. Em retrospecto, acho que eu não poderia ter inventado um nome melhor se tivesse tentado.
Apesar de tudo, a recepção da farsa foi muito mais quente do que eu tinha imaginado que seria. Não fui eu que encaminhei o meu “estudo” pra nenhuma revista; só entreguei pro cara por email, e por um alguns dias quase me esqueci do que tinha feito. O meu trabalho era só escrever a coisa, não era? Mesmo quando começaram a aparecer notícias sobre o “novo dinossauro” no jornal, eu não achei assim tão estranho; era o achado paleontológico mais importante (entenda-se: o único) em anos, e de qualquer forma todo mundo ama dinossauros. Na época tudo que eu fiz foi contatar a empresa pra perguntar sobre o meu pagamento, mas a secretária me disse que eles precisavam assinar uns papeis primeiro ou sei lá o quê. Ok, então. Ia ser o dinheiro mais fácil da minha vida, não tinha motivo nenhum pra pressa.
Eu só comecei a me preocupar de verdade quando “me” vi num talk show. Tipo, lógico que não era eu; era um cidadão qualquer que se apresentou como o responsável por encontrar os fósseis, usando o meu nome e tudo. Foi uma situação tão surreal que a primeira coisa que eu pensei foi “porra, eles poderiam ter me chamado!”; mas cinco minutos de pesquisa e eu descobri que aquela não era nem a primeira entrevista que “eu” tinha dado. Inclusive pra revistas sérias, que publicaram tudo como se fosse verdade. Aos poucos o esquema foi fazendo sentido… A companhia que me contratou aparentemente tinha financiado a suposta “expedição” que desenterrou o Fahagaganasaurus; e agora eles nem respondiam mais os meus emails e ligações. Quando eu tentei ir ao escritório em pessoa, eles agiram como se não me conhecessem e ameaçaram chamar a polícia.
Claro que era tarde pra pensar nisso, mas eu me senti a criatura mais imbecil da Terra. O Neil, claro, ficou do meu lado o tempo todo; mas só pelo olhar dele eu sei o que ele tava pensando de mim.
E daí em diante a coisa só piorou. Depois de uma denúncia anônima aparecer na mídia, “eu” resolvi jogar merda no ventilador e admitir tudo: falei que os patrocinadores tinham me pagado pra inventar uma espécie fictícia, fabricado os ossos e subornado praticamente todos os institutos científicos ainda em atividade no mundo pra legitimar a falcatrua. A empresa se defendeu dizendo simplesmente que aquilo era uma teoria da conspiração ridícula, e que eu tinha armado o hoax sozinho; e não precisa ser um gênio pra deduzir em qual versão todo mundo (incluindo o juiz) acreditou. Não sei se “eu” fui preso de verdade, mas pelo menos foi isso que passou no jornal.
Basicamente, eu (eu mesmo) assisti a minha vida passando e se acabando na minha frente; em silêncio, sem ninguém a quem recorrer, como se tudo estivesse acontecendo com outra pessoa.

*

Foram alguns meses de loucura, e eu desisti definitivamente de acessar redes sociais. Na verdade eu não tinha muito do que reclamar: eu nunca tinha querido ser dono-de-casa, mas enfim, era o que tinha sobrado. Eu tava feliz, até; ou tinha me acostumado com aquela mediocridadezinha do dia-a-dia. O Neil tava feliz, pelo menos. Enfim.
Juro que eu não esperava um email da companhia, tanto tempo depois e sem mais nem menos. “Blábláblá, acertar os detalhes de sua despensa, blábláblá" e eu nem li até o fim. Eu seriamente considerei não ir; não tinha nada deles que eu pudesse querer, e na real o mais provável é que eles tivessem a intenção de me foder ainda mais. Só que eu me conheço bem o suficiente pra saber que a minha curiosidade iria acabar me matando se eu não fosse.
Tudo tava examente como eu lembrava, parecia que o escritório era feito de plástico: a mesma secretária com as mesmas frases feitas, o mesmo lema pintado na parede; acho que até o meu terno era o mesmo. Eu entrei na sala do chefe como se estivesse sonhando.
- Dr. Brown. - ele se levantou pra me cumprimentar, muito efusivo; demais, até. - É muito bom ver o senhor novamente.
- Sr. Maes.
- Por favor. - apontou pra cadeira, e se virou antes que eu pudesse dizer qualquer coisa; e o que eu poderia dizer? A cara-de-pau do sujeito era tanta que parecia que ele tava atuando.
- Eu…
- O senhor - ele me interrompia com a mesma tranquilidade de sempre. - trouxe uma contribuição muito… Peculiar, vamos dizer, pra nossa empresa.
- Mas…
- Foi um curto período de tempo, mas muito marcante. Em ambas as nossas vidas, creio eu.
- Sr. Maes - eu tava quase rindo de raiva, já. -, qual é o motivo desta reunião?
- Ora, a incompetente da Lina não esclareceu no email?  - juro, era como se ele estivesse lendo tudo o que dizia. - Tenho que demitir essa bruxa. Mas veja, nós queremos acertar os detalhes da sua despensa.
- Mas eu não trabalhei aqui nem por um dia!
- É claro que trabalhou - agora ele se fez de muito sério, quase ofendido. -; você falsificou uma pesquisa científica, passou meses falando merda da companhia e acabou demitido. Você não lê as notícias, rapaz?
Eu fiquei mudo. Pela primeira vez na minha vida, eu fiquei literalmente mudo. O filho da puta tava certo. Eu tinha ficado completamente louco, criado uma segunda personalidade, uma segunda vida ou coisa assim; daí fiz tudo isso que ele disse que eu fiz, e depois peguei a amnésia mais seletiva da história da medicina. Era a única explicação possível.
- Mas - ele continuou, baixando a mão pra pegar alguma coisa no chão atrás da escrivaninha; aquele jeito dele de falar era tão educado que parecia que ele tava sempre segurando uma risada. -, você sabe, eu sou um homem justo. Uma mão lava a outra, não é assim que dizem?
A mala deslizou sobre a mesa até parar no meu peito. Eu abri sem pressa nenhuma, esperando que absolutamente qualquer coisa no mundo pudesse pular lá de dentro em cima de mim. Qualquer coisa, menos o que tava lá de verdade.
- Dinheiro, meu rapaz. - ele debochou, meio impaciente, reclinado pra trás e de braços cruzados; acho que ele tava ansioso pra ver qual seria a minha reação, e eu mal conseguindo respirar. Mesmo com todos os trabalhos decentes que eu já tive, juro que nunca tinha visto tanto dinheiro no mesmo lugar.
Eu sorri, sem saber se me sentia surpreso, ofendido, agradecido ou abobalhado demais pra sentir qualquer coisa. Toda a minha esperança de voltar a trabalhar já tinha sumido; mas, se eu quisesse simplesmente sentar a bunda numa cadeira e não fazer nada pro resto da vida, agora eu podia.
- Como você se sente? - ele me perguntou, devagar, olhando fundo nos meus olhos.
- Pra ser bem sincero - e eu sei que possivelmente não deveria ter sido. -, eu me sinto um pouco como o senhor.
Ele então soltou uma gargalhada absurdamente exagerada, e bateu com o punho sobre a escrivaninha como um gângster desses que nunca existiram.
- Meu filho, você não deveria morder mais do que pode engolir! - ele gritou, com o indicador no ar; parecia que tava com raiva e rindo ao mesmo tempo. - Você é no máximo um Compsognathus; eu sou um Allosaurus!
Eu ri e apertei a mão dele, e fiz meu caminho de volta pra casa.